Lembra de quando lhe perguntavam “o que você quer ganhar no Natal”? Mais ainda: lembra quando você era convidado a escrever uma cartinha para o Papai Noel? O que você fazia? Será que você pensava o quão merecedor tinha sido para pedir ao Papai Noel aquilo que você tanto desejava? Bem, depende do que falavam na sua casa, do tipo de chantagem emocional que faziam por lá… Hohoho… Se você tivesse sido um bom menino ou boa menina, nos conceitos que sua família tinha, você ganharia o presente tão sonhado! Era assim?
Bem… lá em casa não tinha essa dúvida, não. A educação era tão “linha dura”, que estava fora de questão não ser uma boa menina, ou meu irmão não ser um bom menino. Claro que a gente aprontava uma ou outra – ele mais que eu, pois como “menino” tinha mais liberdade de ação – mas nada que comprometesse nosso presente de Natal.
A situação financeira colocava limites nos nossos pedidos, mas não consigo lembrar que ficássemos frustrados. Verdade que éramos muito pouco afetados pela publicidade, pois tínhamos horário para ver TV, e só umas duas horas de cada vez.
A crença no Papai Noel não durou mais que até meus 7 anos. Fui para a escola com cinco para seis anos e o mundo começou a ganhar forma e tamanho. As aulas de História e o estudo do Atlas Geográfico passaram a ser momentos de imenso prazer.
Eu conhecia todos os países do mundo, as capitais, os lagos e os rios, as características de cada região. Saber que existia aquele mundão e estudar outras culturas fez com que eu começasse a sonhar mais alto e mais longe. Levava um banho de água fria quando falava em casa das viagens que eu faria um dia. Sonhei que seria bailarina e não havia dinheiro para o ballet, queria tocar piano e também não dava. Tinha uma energia sem fim, queria ser atleta e não era profissão decente.
Quantos sonhos deixados pelo caminho! A cada negativa, eu criava um sonho novo, mergulhando nos livros e explorando outras possibilidades, até que cheguei ao vestibular e pude escolher o que seguiria.
Estudei Engenharia Química e meu primeiro emprego me levou à uma bela carreira como Aromista, profissional especializado na criação de aromas para alimentos e bebidas. Passei praticamente toda minha vida nas duas maiores multinacionais do setor e tive a oportunidade de realizar algumas daquelas viagens que tanto sonhei quando menina, até Barcelona, que era o meu sonho maior! Fiz minha pós-graduação em Personal Branding lá!!!
Mas, afinal, o que eu quero ganhar neste Natal?
Hoje, aqui pensando nos preparativos para as festas, a história da infância me veio à cabeça. Quando me perguntei o que gostaria de ganhar neste ano, só lembrei de uma coisa: um bonito porta-retratos para colocar uma foto que amo, cujo original foi derrubado pelo vento e quebrou há uns dias. ?
“Só isso, Deize?” Não, eu quero muito mais! Meus sonhos são sentidos, pensados todos os dias e planejo minha vida para realizar cada um. Só que não precisa ser ali no Natal.
Meu próprio desenvolvimento me levou a dar importância a outros eventos, a outros sentimentos. Hoje, eu quero do Natal estar com pessoas que amo, partilhar momentos felizes, ter esperança de um futuro melhor e principalmente, ter garra para fazer o que estiver ao meu alcance para que isso aconteça.
Comecei esse artigo com a intenção de falar dos nossos sonhos, do que nos estimula a viver, a trabalhar, a ganhar dinheiro, a planejar, a agir. Todos nós queremos um futuro melhor, de maneira individual ou coletiva, mas, só querer não nos leva a lugar nenhum. É preciso fazer! Então vamos lá?
Primeiro que tudo, você tem claro quais são os seus sonhos, o que você deseja para você, sua família, o seu mundo?
Se tem, o que você está fazendo para atingi-los? É fim de ano, hora de fazer balanço, rever o que deu certo e o que não deu. Com leveza e tranquilidade, faça uma análise das suas realizações neste ano. Planeje as ações para que você entre em janeiro já no melhor caminho que vislumbrar hoje. Se precisar mudar outra vez, mude, mas não deixe de começar hoje. Você entrará o ano novo com outro astral!
E se você não foi um bom menino?
Se não sabe ainda o que quer, pode ser que você esteja no caso dos meus amigos, que viviam a angústia de não saber se seriam merecedores do presente do Papai Noel. Você não tinha ideia do que seria um “bom menino” ou uma “boa menina”? Às vezes nossos pais não nos falam de suas expectativas ou nos impõem regras, sem explicá-las de forma que possamos entender. Tem até uma historinha de um pai que dá uma bronca no filho, pois o menino está pisando na grama, mesmo depois dele dizer três vezes “não pisa no canteiro”. Depois da bronca, o menino pergunta: “Tudo bem, pai, mas o que é canteiro?”
Quando crescemos, nossos gestores não dizem o que esperam do nosso trabalho, nossos parceiros não falam dos seus desejos, tudo fica meio ao sabor dos acontecimentos ou da intuição. Vamos nos adaptando, muitas vezes agindo de forma diferente do que somos ou gostaríamos, apenas para agradar os outros.
É mais do que natural que esperemos algo das pessoas e que elas esperem algo de nós. Só que precisamos aprender a alinhar as expectativas. Devemos nos sentir confiantes e falar sobre o assunto. Só assim saberemos o que os outros querem de nós e poderemos dizer se temos a capacidade de atender a essas expectativas. Pois, se não tivermos, teremos que negociar outras entregas. Ou acabaremos todos frustrados!
O importante é perceber que não precisamos sempre ser “bons meninos” ou “boas meninas” para ganhar presente de Natal. Basta ser o que somos, trazer o nosso melhor à tona e oferecê-lo às pessoas que nos cercam, às empresas onde trabalhamos, à nossa comunidade. Enfim, ser autêntico e verdadeiro e contribuir com o que temos de mais precioso.
Vamos agradar a todos? Não! Talvez papai e mamãe até achem que não merecemos, mas, tem a avó, a tia e o próprio Papai Noel! Hohoho… outra vez!
E como já crescemos, não dependemos mais de tantas aprovações. Precisamos sim, reconhecer que nosso conjunto único de qualidades e defeitos forma um ser especial com seu lugar garantido nesse mundo. Se tiver algo atrapalhando, olhe para dentro e reconheça a necessidade de desenvolver alguma qualidade e busque as alternativas para fazê-lo. Mas não deixe nunquinha que suas ações sejam apenas o que os outros querem, e não o que você também deseja.
Treine a empatia e sintonize o que você tem para oferecer com a necessidade dos outros, sem ferir os seus princípios. Quando sentir que não pode dar o que esperam de você, procure ser claro e ofereça outras possibilidades. Esse é o caminho para boas relações, com harmonia e gratificação, sejam pessoais ou profissionais.
Eu desejo ser cada dia mais aberta e entender mais profundamente aqueles com quem convivo, amigos, parceiros, clientes, e trazer o melhor de mim para eles. Assim é que vejo a vida valer a pena, realizando o meu propósito de ajudar as pessoas a que sejam mais felizes na sua vida diária.
Você já pensou sobre isso? Qual a sua melhor contribuição para o mundo?
Bem, viajei, quando só queria saber de você “O que você quer ganhar neste Natal“, quais são os seus sonhos, pelo que você vai batalhar a partir de agora? Essa força e essa motivação é o que lhe desejo hoje e sempre!
Se precisar de ajuda, se quiser conversar, estou à disposição.
Volto em 2018 e deixo aqui um super obrigada a todos que leram, comentaram e compartilharam meus artigos este ano. Vocês colaboraram muito com meu crescimento.
Feliz Natal e que você comece a trilhar o caminho dos seus sonhos já!!
Fogos no Rio de Janeiro 2016/2017 – Deize Andrade
Sou Especialista em Carreira e Marca Pessoal, e o que mais gosto desse trabalho é impulsionar o crescimento das pessoas, contribuindo para que se sintam mais felizes com suas vidas.
Se quiser saber mais, entre em contato!
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